A pré-candidata à presidência da República, Marina Silva (Rede), considera importante que haja um debate transparente sobre a regulamentação da atividade do profissional de Relações Governamentais. A profissão foi incluída em fevereiro na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), mas ainda não foi regulamentada. Durante visita à sede da sigalei, em São Carlos (SP), no dia 24/Julho, a pré-candidata falou sobre o assunto.
“Todos têm interesses. O problema é quando alguém acha que pode impor o seu interesse de forma ilícita e ilegítima em relação aos demais. Por isso, é fundamental que haja o debate (sobre a regulamentação do lobby), para que se chegue à conclusão de algo que seja tecnicamente suportado e eticamente defensável.”
Outro assunto abordado, durante a conversa com a equipe da sigalei, foi sobre a importância da transparência de dados. Ela citou como exemplo uma ação tomada durante o período em que foi Ministra do Meio Ambiente. “Uma das coisas que a gente fez foi colocar os dados sobre o desmatamento em tempo real. Era um dado 100% transparente e o objetivo era constranger a gestão pública para que ela tomasse providência”, explicou Marina.
A pré-candidata defendeu a criação de tecnologias e mecanismos para que os dados governamentais sejam disponibilizados para a população de forma transparente e compreensível. “Muitas vezes, não basta você colocar os dados brutos, porque são poucos os que conseguem fazer essa leitura.”
O pré-candidato a deputado federal, Zé Gustavo (Rede/SP), também participou do encontro e levantou um outro ponto: a relevância da discussão sobre os dados que as empresas têm sobre os cidadãos. “Nós precisamos debater mais sobre isso. Se os dados estão nas mãos de várias empresas, elas precisam ser responsabilizadas, se eles forem mal utilizados. Nosso debate político olha muito para o retrovisor. O debate sobre dados abertos e transparência é olhar para a frente”, ressaltou o pré-candidato.
O CEO da sigalei, Danilo Oliveira, pediu atenção especial da pré-candidata para a temática da disponibilização e transparência dos dados.
“É um tema relevante para a nova economia, para o campo da pesquisa, para a sociedade como um todo e que precisa estar na pauta do novo governante do Brasil. Se os dados são o novo petróleo, é preciso construir refinarias a partir deles, para que a sociedade possa usar os dados e gerar valor.”
Ainda durante a visita, Marina Silva conheceu com mais detalhes o monitoramento legislativo disponibilizado pela sigalei e reforçou o compromisso do seu plano de governo de dar mais transparência às ações. “Uma boa parte dos problemas que nós temos hoje é porque não tem mais pessoas fiscalizando os governos. No poder público, não se pode ter segredo, não tem que ter mistério”, concluiu a pré-candidata.