Quando iniciamos o sigalei nos moldes atuais de funcionamento (em junho de 2015), já vivíamos a chamada “crise da política brasileira”. O que não sabíamos era a dimensão e extensão que este processo tomaria. Em uma pesquisa publicada hoje (30/11/2015) pelo Datafolha e divulgada pela rede Globo a popularidade da presidente Dilma, apesar de ter aumentado, ainda continua em níveis baixos (a saber, a porcentagem de pessoas que consideram o governo “ótimo ou bom” passou de 8% para 10%). Além da dificuldade do executivo nossas manhãs nos reservam surpresas a cada nova incursão matutina da Polícia Federal visando legisladores, banqueiros e/ou empresários.
Por conta deste cenário, quando mencionamos que trabalhamos com dados políticos e junto com profissionais que atuam na área política automaticamente surge uma pergunta: Mas o que você faz é legal? Com algumas variações nos termos e no conhecimento sobre o tema nossos interlocutores querem, na essência dos questionamentos, saber se é preciso ser corrupto ou corromper para trabalhar na área política. Para não deixar margem para interpretações nossa primeira resposta é sempre um sonoro “Não”. Não é preciso ser corrupto ou corromper para trabalhar com temas relacionados à política e muito menos as atividades que nós e outros colegas desenvolvem são ilícitas.
O cenário de questionamentos e dúvidas torna imperativo mostrar que os variados profissionais que trabalham na área não desempenham atividades ilegais. E mais, nossa atividade não deve ser considerada como sinônimo de corrupção e nem analisada com a desconfiança de que queremos tirar vantagem da situação e desviar recursos públicos.
Entendemos que o momento é uma boa oportunidade para que os profissionais que trabalham na área de política elucidem as dúvidas e desmistifiquem conclusões precipitadas sobre o que fazemos e o nosso papel no processo democrático. O fato é que, o aprofundamento na apuração de escândalos pede novos processos e soluções para a atividade política. Não podemos deixar que todos estes acontecimentos resultem simplesmente na troca dos grupos que estão no poder. Devemos aproveitar o momento para pensar novas práticas e sugerir novos processos que sejam mais dinâmicos, estratégicos e claros. A sociedade necessita de novas ideias e projetos e nós devemos nos empenhar para contribuir.