Para alinhar à estratégia de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) à estratégia de negócios da organização, é preciso investir tempo, dinheiro e energia para instrumentalizar sua gestão. Confira o artigo de Andréa Gozetto, Diretora Executiva da Gozetto & Associados, e saiba mais!
aber para onde ir e como chegar. São definições que precisam estar claras em qualquer trajetória. No mundo corporativo, nem sempre esses pontos estão claros dentro da estratégia. O resultado dessa indefinição é a preponderância da inércia, na qual a estratégia, em vez de conduzir, passa a ser conduzida pelos eventos.
Quando falamos em alinhar à estratégia de Relações Institucionais e Governamentais à estratégia de negócios da organização, consideramos que para que a área de RIG se torne protagonista ou se mantenha ocupando esse espaço é essencial investir tempo, dinheiro e energia para instrumentalizar sua gestão. A sua instrumentalização passa pela inserção de processos de planejamento estratégico seguidos do necessário alinhamento entre as estratégias de negócios e de RIG.
É evidente que planejar é um processo complexo. O seu êxito depende de quão qualificadas são as informações que a organização possui sobre sua estrutura organizacional e cultura corporativa; seus processos de gestão e tecnologias; indivíduos e papéis que exercem e sobre as estratégias já adotadas e em adoção. A todas essas variáveis, soma-se a análise rigorosa de fatores externos de âmbito social, político, econômico e tecnológico.
Além da grande quantidade de informações para coletar, processar e levar em consideração durante o processo, problemas de comunicação, perda de recursos ou de comprometimento podem ser obstáculos difíceis de superar.
Esses obstáculos podem ser apontados como os motivos pelos quais muitas organizações de médio e grande porte, apesar de reconhecerem o planejamento estratégico como muito importante para o sucesso do negócio, ainda não trabalham orientadas por um plano do tipo**. Isso quer dizer que elas realizam o planejamento estratégico, mas como não fazem o alinhamento estratégico não são capazes de operacionalizar o planejamento estratégico. Ele acaba se tornando algo meramente formal.
O processo de alinhamento estratégico é tão complexo quanto o processo de planejamento estratégico em si. Assim como acontece com o planejamento estratégico, o alinhamento estratégico exige a construção de uma metodologia específica e pode ser elaborado em diversos níveis. Dois deles são essenciais: a integração operacional e a integração gerencial.
Integração operacional significa elaborar planos operacionais de negócios e de RIG, o que abrange as estruturas e os processos organizacionais que usam RIG como suporte. Para isso, o plano estratégico de RIG deve seguir as definições do plano de negócios.
Já com a integração gerencial, busca-se adequar os objetivos de RIG às estratégias, objetivos e competências fundamentais do negócio. Para isso, são mapeadas as informações diretamente relacionadas com as estratégias de negócio e que suportam os objetivos de negócios, o que contribui para a identificação de novas oportunidades e na obtenção de vantagens competitivas.
Com a integração operacional e gerencial definem-se as variáveis de adequação estratégica, de integração funcional e de consistência entre o que foi planejado e descrito tanto no plano de negócios quanto no plano estratégico de RIG. Só assim é possível seguir em frente.
Essa caminhada parece exaustiva, mas deixo aqui uma dica prática.
Para certificar-se de que se obteve o tão almejado alinhamento estratégico na etapa da formulação do planejamento estratégico, garanta que:
Agora, podemos partir para a discussão acercado alinhamento estratégico na etapa de implementação do processo de planejamento estratégico, objeto do próximo artigo. Até lá!
*Andréa Gozetto é Diretora Executiva da Gozetto & Associados. Desde 2015 dedica-se a apoiar as áreas de RIG a aprimorar a sua gestão estratégica e a basear suas ações de incidência política em evidências científicas. É idealizadora do MBA em “Economia e Gestão– Relações Governamentais” e do curso de curta duração “Advocacy e Políticas Públicas: Teoria e Prática” da FGV/IDE, sendo coordenadora acadêmica em São Paulo. Possui Pós-doutorado em Administração Pública e Governo (FGV/EAESP),Doutorado em Ciências Sociais (UNICAMP), Mestrado em Sociologia Política(Unesp-Araraquara) e Bacharelado em Ciências Sociais (UFSCar). Atua como mentora de carreira em RIG, orientando e aconselhando profissionais a potencializarem seus resultados.