Eduardo Galvão, diretor de Relações Governamentais da consultoria BCW, professor dos MBAs de Relações Institucionais e de Políticas Públicas do Ibmec e fundador do Pensar RelGov, ilustra como os dados foram importantes para desenhar uma estratégia vencedora de atuação. Acesse o artigo e confira!
oje eu gostaria de compartilhar aqui neste espaço uma experiência simples, prática e bem ilustrativa sobre como uso de dados pode potencializar a estratégia de lobby.
Há algum tempo eu estava trabalhando numa determinada agenda em que haviam diferentes setores defendendo pontos de vista diferentes e, portanto, disputando uma decisão no ambiente de políticas públicas. Era um assunto bem impactante o interesse na pauta era alto para todos os lados.
Dentro da nossa estratégia realizamos um mapeamento de stakeholders e incluímos uma inteligência sobre alinhamento, quem vota parecido com quem e quem vota diferente.
A inteligência por trás desses dados cruza um grande volume de votações no Congresso Nacional comparando os resultados das votações para identificar parlamentares que normalmente votam de uma forma muito parecida e parlamentares que normalmente votam de forma diversa em determinados temas. A precisão dos dados permite identificar inclusive o percentual de alinhamento entre parlamentares numa determinada pauta.
Com isso foi possível determinar os potenciais apoiadores e também os opositores. Com isso priorizamos a nossas agenda de encontros e de defesa de interesses e evitamos caminhos que os dados demonstravam que seriam infrutíferos.
O tempo era curto então precisávamos ser muito eficientes no tempo que iríamos alocar. Reuniões prévias realizadas, chegou o momento da discussão e votação. Com o plenário da comissão cheio, além de conseguimos estimar qual seria o placar, sabíamos exatamente com quem ainda devíamos falar e com quem seria perda de tempo.
Como falei, havia outros setores com interesses divergentes ao nosso. E percebi que, naquele momento, alguns representantes dos outros setores se movimentavam para falarem com alguns parlamentares que já sabíamos que eram favoráveis ao nosso posicionamento e, portanto, contrários aos deles. Ou seja, seria “tiro na água”. Aproveitamos o tempo para defender nossa ideia com aqueles com que sabíamos que havia espaço para convencimento.
Terminada a votação, o resultado felizmente foi favorável para nossa posição. Nesse momento tivemos a exata percepção de como o uso de dados foi Importante para que desenhássemos nossa estratégia daquela maneira. O uso de dados na atuação de Relações Governamentais auxilia os profissionais tanto para entenderem o ambiente macro quanto também para determinarmos ações específicas dentro de uma estratégia maior.
Trabalhar com inteligência de dados deixou de ser um diferencial nas Relações Governamentais para ser um fator decisivo no sucesso da defesa de interesses.
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Nota do editor: Quer entender melhor como dados e informação podem fazer diferença para sua organização? Escreva para nós. O Diretor de Estratégia da Sigalei, Ivan Ervolino, pode ajudar na construção da estratégia mais adequada para sua empresa. Entre em contato com ele, sem compromisso, pelo e-mail ivan@sigalei.com.br. Aguardamos o seu contato!