Falta pouco. Os profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) têm um encontro marcado nesta quinta-feira, dia 27 de junho (clique aqui para assistir). O webinar “Os desafios da estruturação da área de RIG”, organizado pelo Sigalei, irá detalhar por que, cada vez mais, as organizações estão reforçando essa área e como aferir os resultados.
Entre os convidados, está Eduardo Galvão, executivo de Relações Governamentais da Abimaq e professor dos MBAs em Gestão de Políticas Públicas e em Relações Institucionais do Ibmec. A escolha de Galvão coaduna-se com a sua contribuição nos mais relevantes debates sobre a atividade, seja no aspecto conceitual ou técnico. “Eduardo Galvão é uma das maiores autoridades em RIG em atuação no País hoje”, ressalta Ivan Ervolino, co-fundador do Sigalei e Doutor em Ciência Política pela UFSCar, e que também estará presente no webinar.
Em entrevista para o Blog Tudo é Política, Galvão adiantou alguns pontos relevantes que serão abordados durante o webinar. Um deles diz respeito ao contexto econômico atual. Ao contrário de outros setores, o efeito do baixo crescimento econômico gera oportunidades para a área de RIG. Ele explica que as organizações buscam reforçar a presença de profissionais nos seus quadros em circunstâncias diametralmente opostas.
“O que eu observo é que tanto em momentos de grandes oportunidades econômicas quanto de baixo crescimento, como o atual, há um aumento do interesse das organizações pela área, seja para aproveitar o crescimento ou para evitar perdas, por exemplo, tributárias, decorrentes do fim de alguma isenção para compensar queda de arrecadação”, explica Galvão.
Criando a estrutura de RIG ou ampliando o seu quadro, os desafios são inerentes às mudanças corporativas, como, por exemplo, a resistência de outras áreas, que tangenciam competências comuns aos profissionais de RIG, como comunicação e compliance.
“Ainda existe muito desconhecimento das outras áreas sobre o que faz o profissional de RIG. Isso precisa estar claro para facilitar a cooperação, necessária, por exemplo, na obtenção de informações das áreas técnicas para embasar a atuação do profissional.”
Também para aumentar a assertividade das ações, as organizações precisam entender que o profissional tem papel estratégico, o que reforça a necessidade de que esse diálogo e abertura se estendam para esse nível de decisão.
Mensurar os resultados é um dos maiores desafios das organizações, o que não quer dizer que não seja possível. “Essa dificuldade de aferição é motivo de frustração por boa parte dos profissionais. Mas, apesar dela, sempre dá para medir. Porém, não existe solução de prateleira. Cada mensuração é muito peculiar, no seu jeito ou modo.”
Galvão ressalta que essa dificuldade é inerente às próprias entregas, algumas de difícil mensuração em valores monetários, como, por exemplo, a introdução na legislação de uma norma programática que irá permear políticas públicas no futuro. Embora, nesse caso, ela possa indicar um horizonte de oportunidades ou de desafios, conforme o perfil da instituição atenta ao caso, não é fácil cravar valores, já que eles dependem da transformação dessa sinalização de política pública em ações.
Em muitos outros casos, com dispositivos legislativos mais objetivos, é possível aferir valores e traçar cenários do impacto. “Sempre dá para medir. Porém, medir custa. Então, é preciso chegar a uma equação em que o custo de aferição não consuma todo o esforço da área. Senão, a área irá ficar apenas medindo.”
Um grande problema, que compromete a metrificação, está no foco nos meios na hora da apresentação dos resultados. “Um erro muito comum é medir insumo ou esforço e não a eficiência ou o resultado.”
Nesse caso, apresentar, por exemplo, o número alto de reuniões e de informes técnicos enviados para decisores, sem deixar claro os resultados, se é que eles foram alcançados, pode inclusive provocar o efeito de avaliação inverso.
“O foco precisa ser no resultado. Quem é mais eficiente? Alguém que faz centenas de reuniões ou um profissional que consegue o mesmo resultado a partir de um esforço muito menor? A avaliação entre recursos utilizados e resultados é necessária para o próprio profissional avaliar a sua eficiência, mas não é o mais importante para a organização.”
Durante o webinar, Galvão irá detalhar esses e outros pontos relevantes em um bate-papo que irá interessar empresas, associações e outras instituições, independentemente do nível de maturidade na área de RIG ou do porte, qualificações que nem sempre estão relacionadas entre si.
Para pequenas ou grandes organizações, os desafios da estruturação da área de RIG estão na pauta, ainda mais em um contexto, como adiantou Galvão, que aponta para ciclos econômicos rápidos de retração e retomada. Não estar preparado para eles, em um País com tradição regulatória, como o Brasil, é permitir que o seu negócio fique à mercê de decisões alheias, nem sempre tomadas por decisores bem informados.
Webinar: Os desafios da estruturação da área de RIG
Convidados: Eduardo Galvão, Ivan Ervolino e Felipe Molina
Data: 27 / 06
Horário: 18h30
Inscrições: http://conteudo.sigalei.com.br/webinar-desafios-da-estruturacao-da-area-de-rig