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Gestão de risco político é a tarefa de antecipar movimentos: a vida imita a arte

O que é Gestão de Risco Político e como levar essa estratégia para sua organização. Confira o artigo do cientista político Ivan Ervolino e prepare a sua empresa para esta nova realidade.

Publicado em:
28/5/2020
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o debate sobre risco político, conhecemos muitos exemplos de empresas que trabalham o gerenciamento do risco quando vão se instalar em um novo país. Os tempos atuais reforçam que é preciso estar atento aos riscos internos. Muitas regulamentações estão ocorrendo em uma velocidade impressionante. Estas, em alguns casos, impactam praticamente todo os setores produtivos.

Quando se fala em gerenciar risco político, uma analogia que costumamos o fazer aos clientes e parceiros é a habilidade de artistas circenses com o número de pratos chineses. Para aqueles que não se recordam, trata-se de um artista mantendo vários pratos girando ao mesmo tempo, sendo que o objetivo é mantê-los em movimento para que não caiam.

Artista de circo
Artistas de circo e profissionais de RIG: semelhanças

A questão é que o artista olha os pratos e antecipa o desequilíbrio de alguns girando-os novamente. Bem, há uma boa chance de você leitor ter se reconhecido na figura deste artista, sendo que muitas vezes olhou para mais de um tema ao mesmo tempo e teve que antecipar movimentos para gerenciar riscos que surgiram.

Possivelmente, quando se trata de gerenciamento de riscos políticos, sabemos que o resultado final será diferente daquele que traçamos no início da estratégia. Porém, é essencial tornarmos esta gestão o mais previsível possível.

Para isso, é necessário encontrar um ponto ótimo no gerenciamento dos riscos que leve em conta análises qualitativas (e aqui entra um pouco da subjetividade e entendimento do analista), mas que consiga trazer um volume de dados que, de fato, seja significante para ajudar na análise. Para entender melhor este debate, publicamos um artigo sobre isso. Para ler, clique aqui. O ponto é que este equilíbrio dará vantagem competitiva, pois permitirá a antecipação de ações.


A Gestão de Risco Político

Fazer gestão de risco político envolve ter um cenário desenhado para que seja possível gerenciá-lo. Entender o que já ocorreu sobre determinado tema, qual o cenário atual e ficar atento aos acontecimentos futuros são essenciais para este gerenciamento.

Segundo o professor Moisés (2014) em seu capítulo “Rumo a uma matriz preliminar para a análise e mensuração do risco político”, é essencial mapear os riscos para que se priorize aqueles com danos catastróficos com relação aos que são ordinários. Isso permite tanto um gerenciamento dos esforços em cada tipo de risco, quanto também permite estratégias mais arrojadas para instituições que tem a intenção de arriscar mais em algum movimento.

Fazer uma correta gestão de risco significa um importante diferencial competitivo, pois ela permite que a instituição consiga pensar novos serviços e produtos sem correr o risco de ter o projeto inviabilizado.

Entretanto, temos nos deparado com instituições que sabem que o risco político é impactante, mas que não possuem ou fazem de maneira insatisfatória a gestão deste risco político.

Essa gestão pode ajudar a mitigar riscos e a identificar oportunidades. Por exemplo, para muitas organizações, o trabalho remoto é mais do uma tendência atual. É uma necessidade por conta da pandemia e como o Congresso está se comportando em relação a isso? Veja quantas proposições legislativas já foram apresentadas de março para cá sobre este assunto. Algumas preveem mudanças na CLT, outras são para normatizar essa tendência durante a pandemia. Será que essas proposições não têm potencial para impactar diretamente sua organização?

Proposições Trabalho Remoto

Como fazer Gestão de Risco Político

Antes de pensarmos modelos de predição, precisamos ter informações organizadas, que sejam constantes e ter um framework que organize esses processos. Tudo isso com o objetivo de conseguir uma informação acionável (que é aquela que permite se estruturar uma ação pautada nela).

Para se obter essas informações acionáveis recomendamos criar processos que permitam a classificá-las e organizá-las. Em outras palavras, é necessário organizar as informações para que elas ajudem a tomar uma decisão sobre o risco e não que o volume e desorganização causem paralisia decisória.


Soluções

Nós criamos um framework que auxilia no mapeamento sobre as potenciais ameaças políticas. Você pode baixá-lo. Ele ajudará a pensar de maneira sistematizada quando se trata de gerenciar os riscos. Contar com ajuda desses modelos ajudam na hierarquização das ações que devem ser tomadas. A priorização ajuda a organizar o tempo para que se consiga atuar no que, de fato, tenha potencial para gerar risco. Sendo assim, priorizam-se temas mais urgentes deixando outros em observação, sem a necessidade de ações mais estruturadas. Esse gerenciamento é vital, sendo alcançado quando há processo para avaliar as ameaças que surgem.



Gestão de Risco Político



As etapas do framework compreendem movimentos importantes dentro do gerenciamento de risco político. Primeiro, é essencial entender qual o cenário e quais são os potenciais riscos envolvidos (em nosso framework se relaciona à etapa de Monitorar). Depois é necessário entender se o risco tem chance de acontecer, qual seu impacto para a instituição e quais os stakeholders envolvidos na situação (aqui temos a etapa de Analisar). Feito isso, é preciso alinhar a instituição sobre o que vem pela frente e, pautado nessa troca de informações e alinhamentos, pensar as estratégias para atuação (Compartilhar). Por fim, construir os resultados esperados (em nosso framework a etapa de Medir). 

Seguir este framework é pensar a gestão de risco como um processo e permitirá aos analistas mais tempo dedicado para a interação com os stakeholders envolvidos (Atuar). O que estamos fazendo é sugerindo um processo para ajudar na construção de um panorama mais claro sobre o impacto e a potencialidade de ocorrência de determinado risco. Em outras palavras, criando um passo a passo para auxiliar no processo de gestão dos riscos políticos que, como mencionei no início, não é certo o resultado final, mas é possível torná-lo mais previsível.

E lembre-se, que tanto o artista quanto o profissional de Relações Institucionais e Governamentais (RIG)  têm sucesso quando estão atentos aos movimentos e prontos para atuar quando for necessário.

Aguardamos a sua contribuição neste debate. Entre em contato conosco e nos conte qual é a maior dificuldade da sua organização. Nossos especialistas estão à disposição para ajudar a estruturar as melhores soluções. Para isso, é só CLICAR AQUI.



Tags
Gestão de Risco Político
Inteligência Política
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