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ESPECIAL | Embrapa: Transição: como planejar sua atuação de RelGov?

Leia entrevista com Relações Institucionais e Governamentais da Embrapa – primeira da série da Sigalei com especialistas para falar dos preparativos nesse período de mudanças no Legislativo e governos

Publicado em:
5/12/2022
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assadas as eleições, o Brasil se prepara para um novo ciclo nos Três Poderes.

No dia 1º de janeiro de 2023 tem início um novo mandato no Governo Federal e nos governos estaduais.  

Já no dia 1º de fevereiro de 2023, toma posse uma nova composição no Congresso Nacional - o índice de renovação na Câmara dos Deputados é de 39,38%, enquanto o Senado Federal terá 22 novos das 27 vagas em disputa. 

O ciclo também deve propiciar mudanças no Judiciário e agências reguladoras, com indicações e sabatinas, a começar pelo Supremo Tribunal Federal.

Para falar dessa nova etapa, a Sigalei procurou especialistas na área de Relações Institucionais e Governamentais.

Perguntamos a eles de que modo eles precisam reavaliar a sua estratégia sempre que ocorrem mudanças de configuração do ambiente político? 

Também questionamos o que levam em consideração quando montam suas estratégias. E como suas prioridades se modificam. 

A primeira parte dessa série de entrevistas é com Cynthia Cury, analista e assessora de Relações Institucionais e Governamentais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) – referência na geração de conhecimentos e tecnologias para a agropecuária brasileira. 

A Embrapa possui um permanente diálogo com produtores, organizações científicas e lideranças do Estado e da sociedade civil, além de se pautar por excelência científica em pesquisa agropecuária, qualidade e eficiência produtiva em cultivos e criações, sustentabilidade ambiental, aspectos sociais e parcerias com o setor produtivo.

Confira o resumo da entrevista:

‘Período de transição é sempre desafiador’, diz Cynthia Cury, analista e assessora de RIG da Embrapa


1. Sigalei –  Por que, para a Embrapa, é importante manter uma área de Relações Institucionais e Governamentais (RIG)? E como a sua área vê esse período de transição no governo?

Cynthia Cury, analista e assessora de RIG da Embrapa:
A Embrapa é uma empresa dependente do Tesouro, que também atua em políticas públicas e precisa construir um relacionamento eficiente com o Congresso Nacional e com o governo. Portanto, o fim de um período de legislatura é sempre um desafio. Chegam novos atores, o contexto se altera, a conjuntura e a correlação de forças são outras. Desse modo, logo após as eleições, precisamos conhecer os novos parlamentares e analisar também os reeleitos. 

2. Sigalei –  Com relação ao Legislativo, quais ações devem ser feitas pela área de RIG nesse período de transição?
Cynthia Cury, analista e assessora de RIG da Embrapa
: Analisamos a nova composição do Congresso Nacional como um todo e elaboramos uma classificação. Entre os reeleitos, verificamos se foram autores de projetos de leis ou relatores; se articularam temas de interesse no Congresso; como atuaram em votações importantes; se já direcionaram orçamento e esforços em apoio à organização ou visitaram unidades da Embrapa. Observamos quais dos novos parlamentares já possuem interação com a Embrapa. Examinamos se eventualmente possuem interesse em temas sensíveis à organização, bem como quais não têm relação com o tema ou correlação com a Embrapa. Há aqueles que não têm relação com a Embrapa, mas eventualmente sinalizam conhecerem bem nossa atuação em um estado. 

3. Sigalei –  E no Poder Executivo?

Cynthia Cury, analista e assessora de RIG da Embrapa: No processo de transição, também começamos a conhecer quem estará à frente dos ministérios e das secretarias com as quais a Embrapa tem relacionamento nos temas relacionados à sua missão. Toda vez que existe alternância de poder no Executivo, é preciso conhecer quais são as propostas, as políticas e os programas da nova gestão e entender, dentre eles, o que o governo traz como prioridade. Analisar quais deles dialogam com a agenda de pesquisa da Embrapa, bem como com as ações das unidades. É a partir desse mapeamento que começamos a desenhar a estratégia de interação. Começamos, então, uma “etapa de aproximação”. 

4. Sigalei –  Quais são as estratégias para buscar essa aproximação com os stakeholders?

Cynthia Cury, analista e assessora de RIG da Embrapa: Temos estratégias distintas para grupos diferentes. Entre aqueles atores que não tenham interação com a Embrapa, queremos que, ao longo do mandato, venham para o grupo daqueles que interagem com a instituição. É nosso desafio procurá-los e fomentar essa interação. É importante também analisar os feitos da Embrapa por Estado. Fazemos um georreferenciamento e a partir daí, deste contato, trazemos o parlamentar para o grupo interativo. 

No ministério mais vinculado à organização, avaliamos composição, vertente e agenda. Nosso objetivo é entender como o próximo ministro vai conduzir os programas prioritários e com que ações. Em seguida, cruzamos informações para verificar como esses programas dialogam com as tecnologias geradas pela Embrapa e com a programação de pesquisa das unidades. Analisamos, então, como a Embrapa vai interagir e contribuir – dentro da sua missão – com os programas daquele ministério. Esse exercício é frequente, não só após eleições, mas mesmo quando há mudança de ministro, uma vez que novos ministros podem ter outras prioridades.

5. Sigalei –  De que modo a atuação de RIG converge com a estratégia da Embrapa?

Cynthia Cury, analista e assessora de RIG da Embrapa: A Embrapa tem uma cultura de planejamento estratégico. Seu plano diretor abrange dez anos. Todas essas diretrizes são entregues aos parlamentares e ao novo governo. Levamos sugestões para os novos atores e informamos quais são as políticas públicas importantes para a Embrapa, quais projetos gostaríamos de ver no Congresso e nos ministérios e o que entendemos ser positivo para o desenvolvimento das pesquisas internas. 

Nesse processo, é importante analisar como essa convergência pode se dar na realidade. Desenvolvemos planos e criamos um documento com uma visão que antecipa cenários e traz uma análise de tendências no Brasil e no mundo. Esses cenários buscam orientar os tomadores de decisão para que as decisões estejam ao encontro dessas tendências. 

***

*Por Sigalei

Tags
Preparatório para 2023
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