Novo artigo escrito em parceria com a Strategos Jr. mostra as principais habilidades e competências para o Profissional de RIG atuar no mercado de trabalho.
Sob um panorama cronológico, a atividade de Relações Institucionais e Governamentais foi reconhecida, no Brasil, como uma ocupação pelo Ministério do Trabalho em 2019, e foi incluída na lista de Classificação Brasileira do Trabalho (CBO), que reconhece e descreve as características das ocupações do mercado de trabalho no país e inclui profissões não regulamentadas e não formais, ou seja, mesmo que seja reconhecida nessa lista, a atividade de lobby permanece não regulamentada.
De acordo com a descrição do Ministério do Trabalho para o CBO nº 1423-45 do Profissional de Relações Institucionais e Governamentais, fazem parte da rotina do profissional de RIG as atividades listadas abaixo:
No passado, a defesa de interesses frente aos tomadores de decisões era, muitas vezes, feita nos lobbies dos hotéis e parlamentos. Daí a origem do termo lobby, muito utilizado por parte da mídia para descrever pessoas com relações escusas com o poder público e que não representam os profissionais que atuam de maneira técnica e legítima na atividade. Não obstante, a atividade de Relações Institucionais e Governamentais, não se limita a apenas essa parte do processo que envolve relacionamento, mas sim à sua integralidade que em muito se relaciona com análise, estratégia, gestão de risco e crises.
A pouca literatura a respeito do lobby no Brasil mostra autores que acreditam que a prática existe no país desde o século XIX, e um exemplo disso seriam as práticas da Associação Comercial do Rio de Janeiro, que começou a se organizar em 1808 e tinha como objetivo defender e cooperar para o desenvolvimento das classes que representava.
Além de poucos estudos acadêmicos, não haviam muitos eventos para discussão do tema. Um dos poucos realizados, foi a I Conferência Nacional da OAB em 1958, que incluiu o tema “Advocacia e Poder Legislativo: Lobbying”.
Nesse contexto, é de extrema importância entender o papel estratégico das Relações Institucionais e Governamentais no processo de representação de interesses da sociedade civil, de empresas privadas e de associações, seja através de ações de lobby ou de advocacy. Essa representação é necessária para apoiar e influenciar o processo de tomada de decisão do setor público, desde o momento de discussão, passando pela articulação, implementação ou revisão/alteração de políticas públicas.
O profissional de RIG atua em diversos setores do mercado de trabalho, tanto no setor privado, quanto no público ou terceiro setor. Em cada área a atividade apresenta caráter específico para a atuação, mas que sempre envolve, em alguma medida, a análise e monitoramento do cenário político para identificar riscos e oportunidades, e a interlocução com stakeholders.
Uma consultoria política ou escritório de advocacia, por exemplo, o profissional de RIG pode atuar com a sistematização e monitoramento de dados, criação de análises de risco, de impacto ou de cenário para uma organização ou, até mesmo, atuar in loco representando os interesses de seus clientes.. Essa área de atuação fornece produtos para que o cliente, diretamente afetado pelas decisões do setor público, tenha insumos e para que a equipe de RelGov de uma empresa, associações, instituição pública ou do terceiro setor possa traçar estratégias de atuação alinhadas com a estratégia de sua organização.
Já em uma Associação de Classe, a representação de interesses acontece numa escala macro e a entidade não representa apenas um cliente, mas sim um setor econômico ou profissional organizado como um todo. Portanto, em uma associação, é necessário representar externamente os interesses conjuntos, mas também mediar os possíveis conflitos de interesse internos seus associados.
Em referência ao profissional de Relações Institucionais e Governamentais e às competências e habilidades desejáveis para atuação no mercado de trabalho, os estudos em gestão de recursos humanos destacam dois campos amplos de habilidades para um profissional ter e desenvolver, que são denominados hard e soft skills.
As hard skills se referem às habilidades técnicas do profissional de RIG, àquilo que pode ser aprendido por capacitações e treinamentos. Por exemplo, cursos técnicos, graduações e pós-graduações, aprendizado de línguas estrangeiras e conhecimento de computação e programação são alguns dos domínios que uma pessoa pode adquirir.
Com relação às hard skills do profissional de RIG, o conhecimento da língua inglesa, bem como uma graduação ou especialização voltada à política e às relações públicas ou internacionais, à economia ou até mesmo ao direito, são habilidades desejáveis. Além disso, o mercado de análise de dados, emergente até mesmo em RIG, demanda pessoas que conheçam linguagens de programação para a coleta e para a sistematização de informações.
Em contraposição a isso, as soft skills não são facilmente mensuráveis, mas, nem por isso, são menos relevantes ao profissional. Algumas dessas habilidades se relacionam a fatores comportamentais e de personalidade do indivíduo podendo envolver: pro atividade, liderança, organização, comunicação interpessoal, capacidade analítica, negociação e mediação de conflitos. Desse modo, um bom profissional de RIG deve saber trabalhar em equipe, ser organizado para realizar suas tarefas e cumprir com os prazos, saber analisar cenários e ser um comunicador eficaz tanto no próprio local de trabalho quanto no contato com entidades externas ao setor de atuação em que estiver inserido.
______________________________________________________________________________________________________________
REFERÊNCIAS:
https://www.gupy.io/blog/hard-skills-e-soft-skills
https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/carreira/hard-skill-e-soft-skill-o-que-sao-e-qual-a-importancia
https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/42/168/ril_v42_n168_p29.pdf
https://oglobo.globo.com/economia/ministerio-do-trabalho-reconhece-lobby-como-ocupacao-22411977
https://static.poder360.com.br/2019/12/Cartilha_ABRIG-Artiaga-Cunha.pdf
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosCoperacao/conheca-os-tipos-de-associacoes-existentes-no-brasil,1dee438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
____________________________________________________________________________________________________________
Este artigo foi escrito em parceria com a Strategos Jr., consultoria política Jr. da Universidade de Brasília.
Saiba mais sobre a Strategos Jr. clicando aqui
______________________________________________________________________________________________________________
A Sigalei automatiza, qualifica e torna mais rápido e simples os processos de monitoramento de informações para estratégias de relações institucionais e governamentais. Clique aqui para entrar em contato e saber mais