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Risco político para empresas - Como gerenciar?

Gerenciar o risco político é um grande desafio para as empresas. Acesse o artigo do cientista político Ivan Ervolino, veja como estruturar esse processo e a importância da tecnologia. Saiba mais!

Publicado em:
24/6/2020

Pontos-chave do artigo:

  • Como as empresas podem gerir o risco político
  • Qual é o passo a passo
  • O papel da tecnologia nesse processo


Para quem não sabe onde se quer chegar, qualquer lugar serve. Está máxima resume bem a dificuldade que se tem quando não se pensa de maneira organizada, sem  processos, metas e métricas. Na lógica empresarial, pensar as ações em forma de projetos dá mais segurança na execução e, principalmente, fornece aos gestores e executores um alinhamento de expectativas sobre o que esperar do futuro. Quando falamos de risco político para empresas, esse mesmo raciocínio deve ser aplicado. Só assim ficará mais claro onde é a chegada e qual o caminho a ser percorrido. 

Riscos políticos e regulatórios podem afetar diretamente sua empresa. Por isso, é importante que se tenha, minimamente, uma estrutura interna para garantir que estes riscos estejam mapeados. Idealmente, mapeados e organizados com o intuito de se preparar para os possíveis impactos, mas também com estratégias de interação com a classe política montadas.

O primeiro passo é monitorar as informações que podem impactar sua empresa e isso envolve criar uma rotina de busca.  Como exemplo de fontes, temos a mídia e redes sociais, as casas Legislativas (na esfera federal, estadual e, em alguns casos, municipal) e os poderes Executivo e Judiciário. 

Importante mencionar que existe avaliação que pode ser feita entre o custo de ajuste do conteúdo atrelado a cada fonte e maturidade do tema monitorado. Fica mais difícil de ajustar o conteúdo quanto mais próximo esse conteúdo fica de ser pautado pelo poder Judiciário. Isto é, um tema que surge na mídia como uma opinião não possui um custo tão alto para se ajustar, visto que, muitas vezes se está externando um ponto de vista. 

Contudo, esse tema colocado na mídia pode evoluir para um projeto de lei, para um ato do Executivo e se tornar uma lei que, por sua vez, para ser alterada terá um custo maior (não apenas financeiro, mas de esforço). Isso é uma simplificação e muitas outras fontes podem ser monitoradas, mas aqui fazemos uma sugestão de algumas  que consideramos relevantes.

Depois é preciso criar, dentro da empresas, mecanismos para saber o que ocorre com aqueles temas importantes. Existem várias opções e há, inclusive, mecanismos gratuitos como criar alertas em navegadores para monitorar mídia, buscar proposições de seu interesse nas casas legislativas, de atos do executivo e, também, saber tudo aquilo que já é lei e precisa ser seguida.  

Tendo o mapeamento, caso você não conte com nenhuma solução automatizada de monitoramento e gestão das informações coletadas, sugerimos a criação de uma planilha para mantê-las organizadas. Importante que ela contenha colunas como: tipo do documento, número (no caso de atos e proposições), data, autor, termos que resumem o conteúdo (por exemplo etiquetas por temas), campos para classificar o potencial impacto, o posicionamento da empresa sobre aquele material e um resumo. Para funcionar, claro, é preciso contar com uma equipe e um fluxo de trabalho bastante organizados e alinhados para que essa iniciativa seja cristalizada na organização, pois o trabalho recorrente, dependendo dos temas, pode tomar uma parte considerável do seu dia. 

Depois disso, é importante analisar toda essa informação. Sabemos que existem casos em que o conhecimento do domínio de um tema é muito técnico e demanda a interação com especialistas. 

Temos notado que algumas empresas criam conselhos que ajudam nessa análise e no embasamento das futuras ações, seja ela na gestão de risco político ou regulatório. Sugerimos que seja feito um mapeamento interno dos possíveis stakeholders que podem auxiliar na análise das movimentações monitoradas (seja ela uma notícia na mídia, uma proposição, ato ou uma lei que se deve estar em conformidade).

A compreensão de que é preciso obter feedbacks internos para embasar a análise nos coloca um próximo desafio que é compartilhar a informação coletada. A planilha que sugerimos anteriormente vai ajudar a organizar melhor a informação e os feedbacks dos especialistas, bem como auxiliar em seu compartilhamento. Esse compartilhamento precisa ter certo equilíbrio entre uma quantidade de informações que situe os stakeholders internos, mas que não seja excessiva ao ponto de causar uma paralisia de avaliação. Obviamente que cada empresa possui uma dinâmica, mas informações já organizadas ajudam a entender de forma mais objetiva como aquela ameaça/oportunidade pode impactar a empresa.

Feita a análise é preciso pensar em métricas para monitorar a evolução daquele material analisado. Por exemplo, se ganhou aderência na mídia, se acabou se tornando um projeto de lei. Em conversas com nossos parceiros notamos que pensar métricas é um ponto sensível neste processo. Para saber mais sobre este debate, fizemos um artigo sobre isso. Clique aqui para acessá-lo.  

O fato é que, como diz o ditado, “quem não mede não gerencia” e isso torna importante pensar maneiras de medir o que se está sendo produzido pelos esforços e estratégias de negociação e atuação. Entre as métricas que temos visto que há tanto aquelas de esforço, como número de reuniões feitas ou notas técnicas escritas, quanto aquelas de sucesso, como quantidade de proposições arquivadas, aprovadas ou que continuam em tramitação a depender do impacto e dos interesses da empresa com relação ao conteúdo delas.

Com estes processos estruturados há mais tempo para se trabalhar com a atuação, tanto internamente e aqui entra o alinhamento e a preparação de outras áreas da empresa, quanto externa, por meio de reuniões com tomadores de decisão e legisladores que podem colocar os pontos de vista de sua instituição na construção do projeto.

Essas etapas e as sugestões que passamos aqui servem para fazer uma provocação aos leitores e mostrar que é possível ter processos que permitam gerenciar os riscos políticos e regulatórios dentro das empresas. O principal ponto é mostrar que pensar esse gerenciamento na estrutura de projetos é muito importante, apesar de não ser uma tarefa fácil. Todas as sugestões servem como um início na estruturação da gestão de risco político e regulatório dentro da sua empresa. 

É evidente que a tecnologia tem um papel fundamental para auxiliar na construção destes projetos. É bem possível automatizar boa parte dos processos que abordamos. Se você quiser saber como a Sigalei pode ajudar, entre em contato conosco. Clique aqui e converse com nossos especialistas. Não permita que a sua empresa seja conduzida pela imprevisibilidade do risco político. Até a próxima!


Tags
Gestão de Risco Político
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