Qual é o papel dos profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) nestes tempos de pandemia? Confira a análise de Edgar Usuy e Kátia Garbin, que apontam a importância deste profissional neste momento. Acesse o artigo e confira.
m tempos de pandemia e isolamento social em que o País, vários Estados e um sem número de municípios têm decretado Estado de Calamidade Pública, por onde andam os lobistas?
Os lobistas ou agentes de Relações Governamentais – RELGOVs – estão se reinventando e buscando várias maneiras de acessar os tomadores de decisões públicos para alertá-los de acordo com os interesses daqueles que representam. Mas, quem eles representam realmente?
Com várias fronteiras Municipais e Estaduais sendo fechadas em nome da guerra contra o novo coronavírus, vemos os RELGOVs das telecomunicações lotando os celulares de membros do poder público para garantir que seus carros possam transitar livremente ultrapassando todas as fronteiras.
Por que eles querem isso? Para darem manutenção nos seus equipamentos e garantirem a funcionamento da rede e ... para que as pessoas isoladas possam ter internet em suas casas e com isso possam estudar, trabalhar, entreter os filhos e matar a saudade dos que não podem visitar.
Ao mesmo tempo vemos os das empresas de transporte individual privado por aplicativos argumentando com as autoridades que as fronteiras não podem ser fechadas sem uma decisão federal. Qual o objetivo deles? Garantir que os motoristas parceiros possam fazer suas viagens, seus serviços continuem e ... para que as pessoas que têm real necessidade de se locomover (profissionais da saúde, da segurança e de serviços essenciais) e não dispõem mais do serviço de transporte público regular possam fazê-lo.
Ainda por conta das dificuldades de locomoção que o momento impõe, assistimos RELGOVs das gigantes alimentícias contatando o Executivo buscando autorização para que seus funcionários possam passar de um Município/Estado para o outro. Se o momento é de não se locomover, o que eles querem com isso? Continuar alimentando os estoques dos supermercados, garantir a continuidade de suas vendas e ... evitar o desabastecimento que agravaria em muito o caos que o País vive.
Decretos suspenderam as atividades e os serviços públicos e privados não essenciais e nesse meio as atividades dos Correios foram suspensas. Assistimos, então, RELGOVs do setor de e-commerce lutando para a regulamentação por decreto para autorizar a atividade e proibir somente o funcionamento das agências dos Correios, evitando aglomeração de pessoas. Procuraram garantir que suas atividades não parem e que as pessoas isoladas em seus lares possam ainda comprar os bens que necessitam de forma mais segura.
A defesa do interesse passa por trazer esclarecimento ao Gestor Público sobre como funciona cada setor produtivo, não a máquina que aparece por fora, mas cada engrenagem para que ela possa funcionar por completo e gerar o resultado esperado. É de alta produtividade que o legislador compreenda a dinâmica de cada setor para a Lei não seja um impeditivo de qualidade.
A pandemia chegou e daqui para frente, o trabalho dos RELGOVs é fundamental para garantir o abastecimento de alimentos, deslocamento dos que necessitam se locomover para trabalhar, telecomunicações para que a comunicação seja recebida pela população e consigam ficar em casa com mais conforto e tantas outras atividades que direta ou indiretamente ajudam às pessoas a suportar esses momentos de crise.
É tempo de união e comunicação entre todos. Profissionais de todos os setores e Poder Público conseguem, juntos, ajustar nossa vida nesse tempo “sombrio”, mas passageiro.
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“Talvez tenhamos aprendido que os fatos e os dados devem prevalecer sobre as opiniões” Domenico De Masi – 22/03/2020.
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*Edgard Usuy – INTEGRA Relações Governamentais
*Kátia Garbin - Relações Institucionais da Oi Sul/R