Confira os vencedores da 4ª edição do Prêmio Sigalei ESPM. Saiba quais foram os projetos de lei escolhidos pelos estudantes para vivenciarem o dia a dia dos profissionais de Relações Institucionais e Governamentais!
ocê pode até gostar ou odiar. Mas é difícil não se impressionar com Brasília na sua primeira visita. A arquitetura imponente carregada de significados, como a concavidade e a convexidade das suas casas legislativas, representando o equilíbrio, são, antes de tudo, signos para reforçar a grandeza das instituições.
O combustível para que tanto significado não se torne oco é a chama do diálogo e do contraditório, para que a vontade de grupos de interesse, ou de toda a sociedade, seja auscultada e instrumentalizada em leis.
Conhecer as nuances desse processo e os seus meandros é fundamental para entender e consolidar a nossa ainda jovem democracia. Longe de ser apenas um conceito abstrato, ela é construída e reconstruída ao longo de cada discussão, de cada impasse, com os avanços e retrocessos pertinentes a todo fluxo contínuo, porém sempre, ao olhar o filme e não o retrato, mais perto de onde deve estar.
Para incentivar este olhar e contribuir para a formação dos futuros profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG), a Sigalei realiza o prêmio Sigalei ESPM. Ao todo, cerca de 140 estudantes do 6º semestre que cursam as disciplinas da Minor de Relgov ministradas pelos professores Marcello Baird, José Luis Pimenta Jr e Denilde Holzhacker já participaram das quatro edições.
Nesta última, os vencedores foram anunciados recentemente e a edição foi marcada pelo alto nível dos trabalhos, tanto que dois grupos receberam conjuntamente o prêmio.
Os assuntos escolhidos revelam o frescor de temas relevantes que têm contribuído para o avanço dos direitos relacionados à igualdade de gênero.
“Os trabalhos apresentados esse ano tinham excelente qualidade e as equipes exploraram diversas funcionalidades da Sigalei para análise de tramitação e posicionamento dos parlamentares sobre o tema. Também neste ano puderam utilizar uma ferramenta desenvolvida pela Bites Consultoria para análise dos posicionamentos dos stakeholders nas redes sociais. A parceria com a Sigalei mostra que estamos no caminho certo para capacitar os profissionais de Relgov do futuro”, explica a professora Denilde.
Arthur Munhoz Pinto Vieira, estudante de um dos grupos vencedores, ressalta que o conhecimento prático adquirido aproxima os jovens da atuação profissional durante a formação acadêmica. “Acreditamos que o trabalho proporcionou uma realidade para que tivéssemos contato com algo mais próximo da realidade desse profissional, e isso nos incentivou a buscar pela área com certeza”.
Para o também aluno Matheus Rinaldi, a experiência foi muito valiosa. “Contribuiu para nosso entendimento na área de Relações Institucionais e Governamentais em um contexto geral, além de nos proporcionar maior conhecimento dos modelos e estratégias das relações com os governos.”
O projeto de lei 107/2018, apresentado pelo Senador Randolfe Rodrigues, foi o tema escolhido pela equipe composta pelos estudantes André Resende Rapelli, João Victor Lorenzoni, Mariana Petrizzo Braghiroli e Pedro Augusto Barres.
O projeto diz respeito à saúde pública, mais especificamente a facilitação do acesso a procedimentos de laqueaduras e vasectomia.
Os estudantes detalharam a tramitação, a sua velocidade, mapearam stakeholders favoráveis, sensibilizados e contrários à proposta, entre outros pontos, fornecendo um material de fôlego para quem quer entender na prática como funciona o processo legislativo.
Respondendo conjuntamente por e-mail, os estudantes consideram que o trabalho “contribui de forma engrandecedora para a nossa formação acadêmica, pois uma vez que aborda um mecanismo político e todo seu funcionamento, não se trata apenas de um trabalho para formação acadêmica, mas sim para a vida.”
Eles também consideram que a opção pela carreira de RIG ficou mais próxima. “A visão de um profissional de RIG que nós passamos a ter é de que é um trabalho muito especializado. Nosso grupo não imaginava que para realizar um mapeamento bom, eram necessários tantos detalhes, pois, caso contrário, acaba ficando um trabalho ‘vago’. É isso que diferencia o profissional de RIG, pois este necessita buscar muitos detalhes e acaba se tornando muito analítico.”
A equipe composta pelos estudantes Arthur Vieira, Carolina Tazima, Isabella Guimarães, Manuela Strutsel e Matheus Rinaldi escolheu para análise o projeto de lei 598/2019, proposto pelo Senador Plínio Valério (PSDB/AM).
O objetivo do projeto é alterar a Lei nº 9.394, que determina as diretrizes e bases da educação nacional, incluindo tópicos sobre a prevenção à violência contra a mulher na grade curricular básica.
Entre os pontos abordados, a equipe acompanhou as tramitações, identificou os atores envolvidos, a influência dos stakeholders, gerando insights relevantes para a discussão sobre o tema.
Um dos principais desafios, segundo Carolina Hissano Tazima, foi “encontrar os resultados das votações durante o processo de aprovação para realizar uma análise profunda de cada stakeholder, e além disso, entender a importância e a complexidade das ligações com outros PL apensados e o balanço de poder dos atores envolvidos para elaborar um plano de ação.”
Manuela Strutsel complementa que o trabalho permitiu um contato real com a área de RIG, ao permitir entender melhor a mecânica de análise dos stakeholders e a importância de um bom mapeamento para elaborar um plano de ação favorável aos objetivos do profissional.
“A realização desse trabalho tornou claro o quão difícil é trabalhar nessa área, por conta de toda a complexidade e sutileza das relações entre os atores - a percepção de qual ator pode mais eficientemente impactar o cenário de maneira favorável ao projeto, e ainda das possíveis consequências do impacto. No fim, a percepção é realmente positiva, e do extremo valor desse profissional.”
Para você acessar os trabalhos vencedores, clique nos links abaixo.