Protagonismo. Talvez essa seja a palavra que melhor defina o trabalho do Congresso durante o primeiro semestre. O parlamento concentrou as atenções do País, como há muito tempo não se via. Na legislatura que emergiu das urnas, oxigenada por novos rostos e reverberada pela divisão político-ideológica do País, aos trancos e barrancos, o parlamento cumpriu o seu papel e a principal agenda do País, a Reforma da Previdência, avançou. Porém, ficaram pendências importantes pelo caminho.
Sem conseguir votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), indispensável para o fim do primeiro semestre legislativo, o Congresso se permitiu o chamado “Recesso Branco”, no qual, por acordo entre os parlamentares, não haverá sessões deliberativas. Ou seja, os trabalhos retornam em agosto. Muitos parlamentares voltam para as suas bases, para tomar fôlego. E para os profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG), esse período também significa recesso?
Muito pelo contrário. O recesso parlamentar, regimental ou branco, significa um volume intenso de trabalho, em diferentes esferas. “A atividade de RIG não depende exclusivamente do ritmo do Congresso. RIG não é só legislativo. Você tem também o Executivo, a pauta própria da empresa, têm as associações setoriais que não param. Ou seja, toda uma dinâmica de atividades que independem de o Congresso estar em recesso ou não”, explica a coordenadora do MBA em Relações Governamentais da FGV pesquisadora e sócia-diretora da Gozetto & Associados, Andréa Gozetto.
Outro grande foco do trabalho é o planejamento. O recesso significa um período para o profissional de RIG arrumar a casa. “É o momento para ele concluir os relatórios que precisa entregar, para ele dar uma arrumada nos processos, nos fluxos de informação. Muitas vezes, ele aproveita este tempo para fazer cursos, para se aprofundar em relação aos temas que acompanha. Então, tem muito trabalho para fazer quando o Congresso está em recesso.”
Esse planejamento também está na agenda de Carolina Venuto, da Ética Inteligência Política. O recesso parlamentar representa um período de planejamento, análises e eventuais correções de rotas.
“É um período de muito esforço intelectual. Metade do tempo a gente separa para fazer os relatórios e a outra metade para o planejamento. Quando a gente fez o planejamento em janeiro, havia uma perspectiva, mas ela se manteve? Isso mudou? O objetivo do cliente mudou? Então, a gente atualiza as estratégias. Além disso, também iremos tirar a próxima semana para fazer cursos de qualificação”, conta Carolina.
Apesar do foco nas atividades operacionais internas, o trabalho corpo a corpo não é deixado de lado, durante o recesso parlamentar. “É um período em que a gente foca para atualizar as reuniões com o Executivo, que não parou, mas que também fica mais tranquilo por conta do recesso do Legislativo”, ela explica.
No segundo semestre, o Congresso também terá uma agenda intensa. Entre os temas que irão direcionar os holofotes para a atuação dos parlamentares, está a própria Reforma da Previdência, cujo segundo turno de votação está pendente na Câmara, antes da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ser enviada para o Senado.
Além disso, também devem avançar as discussões sobre a nova Lei de Licitações, a Reforma Tributária e a MP da Liberdade Econômica, entre outros temas. Além, claro, da própria LDO.
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Período: 18⁄07 a 31⁄07 (Recesso Parlamentar)
Temas: Monitoramento Legislativo e Preparação para o segundo semestre
